domingo, 13 de dezembro de 2009

O Natal em Gaula

Antigamente o Natal na nossa freguesia era vivido com muita vivacidade e alegria.
As pessoas criavam o seu porquinho para matarem alguns dias antes do Natal.
No dia da matança do porco, logo pela manhã bem cedinho, as pessoas reuniam-se para matar o porco. As mulheres preparavam o sangue de porco e arranjavam as tripas e durante todo o dia trabalhavam a preparar a carne para depois salgá-la e guardá-la em salgadeiras.
Era costume o dono do porco oferecer um pouco de carne a quem o ajudava nas lides da morte do porco e na preparação da carne.
Outra tradição do Natal na nossa freguesia era a limpeza das casas e o arranjo da lapinha ou presépio.
As pessoas subiam em grupo até ao pinhal para colherem um pinheirinho para enfeitarem e colocarem junto ao presépio.
No dia 16 de Dezembro começavam as Missas do Parto e durante nove dias o quotidiano dos gauleses transformava-se radicalmente.
Era tradição, nos vários sítios da nossa freguesia, de norte a sul, uma pessoa geralmente um homem tocar um búzio, anunciando a chegada da hora para a Missa do Parto.
Como a actual igreja da Paróquia de Nossa Senhora da Graça ainda não estava construída, as pessoas desciam até à igreja da beira-mar, como era conhecida a igreja de Nossa Senhora da Luz, para participarem na Missa do Parto.
Durante o percurso de ida para a igreja as pessoas desciam cantando e tocando para acordar os mais dorminhocos.
Era também tradição os vários sítios da freguesia as pessoas prepararem os cânticos para a entrada de pastores que se fazia na Noite de Natal. Homens, mulheres e crianças participavam na Missa do Galo com ofertas ao Deus Menino.
Uma outra tradição das famílias gaulesas era a preparação dos licores caseiros, das broas, dos bolos que eram confeccionados em fornos de lenha.
Em todas as casas gaulesas existiam fornos de lenha onde se confeccionava o tão conhecido pão de casa e os “brindeiros”, pãozinhos pequeninos que se ofereciam aos mais pequenos no Dia de Natal.
No Dia de Natal era tradição as famílias dirigirem-se até à igreja para participarem na missa do Dia de Natal e após a missa os filhos dirigiam-se com as suas famílias para a casa dos seus pais para, em grandes grupos confraternizarem. Era tradição os avós oferecerem aos seus netos os “brindeiros” como prenda de Natal.
A ementa do Dia de Natal era composta pela carne de vinho e alhos ao almoço, onde não faltava o vinho caseiro, o pão de casa, os bolos, as broas e os licores.
Os jogos de cartas entretinham homens e mulheres ao longo de todo o dia de Natal.
As conversas e o recordar dos velhos tempos davam mote para os convívios familiares.
À noite era servida a canja de galinha e após o jantar todos se recolhiam às suas casas.
Nos dias seguintes ao Natal, conhecidos como oitavas da festa, era e ainda é tradição as famílias continuarem os convívios familiares.
Uma outra tradição bem característica da nossa freguesia é o Cantar dos Reis que acontece na noite do dia 5 para o dia 6 de Janeiro.
Na noite de reis, organizavam-se grupos, um pouco por toda a nossa freguesia, para andarem de casa a casa, a entoar melodias alusivas ao Nascimento o Menino.

Pesquisa realizada pelos alunos do 2º Ano de Escolaridade

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